domingo, 19 de setembro de 2010

Comparativo K1200GT/STX1300/FJR 1300


Comparativo K1200GT/STX1300/FJR 1300 PDF Imprimir e-ma

O segmento das motos de grande turismo recebe este ano um modelo que, embora com a mesma designação, é uma moto totalmente nova, a BMW K1200GT, e um modelo renovado, a Yamaha FJR 1300, mostrando um bom dinamismo. Esta dinâmica torna-se ainda mais evidente se juntarmos a recente apresentação da nova grande turística da Kawasaki, a 1400 GTR, uma moto que promete bastante. Todas estas novas adicções confirmam a tendência do segmento para motos com uma abordagem mais descomprometida ao turismo. Tal como ja acontecia com a Yamaha, e a sua FJR 1300, a BMW apresenta-se também com uma clara aptência para oferecer um tipo de utilização mais divertida.
O tempo das motos excessivamente grandes e lentas, quer de direcção como do motor, são coisa do passado. A Pan European é o modelo com a abordagem mais “clássica” das motos aqui presentes, e mesmo esta é uma moto que nega esta conotação, desde o primeiro modelo, a ST 1100. Ter uma confortável turística já não significar renegar aos prazeres de condução, bem pelo contrário.
Todos sabemos o quanto gostamos de gozar um bom troço de estrada revirada, com muitas curvas, algo que é natural encontrar a meio de uma viagem, numa montanha ou serra. Com qualquer umas motos aqui presentes isto é perfeitamente atingível, inclusive temos a capacidade de vibrar com as excelentes prestações de dois dos motores, que oferecem um compostamento digno de uma moto mais desportiva. Mas passemos a conhecer melhor as três intervenientes neste nosso comparativo.


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BMW K 1200 GT

Tomando por base a moto de série mais potente que alguma vez lançou, a BMW desenvolveu uma turística marcada por um motor pleno de carácter.

A maior novidade deste comparativo é esta moto da casa germânica, a K 1200 GT, uma moto que se vê totalmente remodelada face ao modelo que substitui, que possuia a mesma designação. Esta nova geração da turístico-desportiva da BMW é uma moto que nasce com base no modelo mais potente que a marca alguma vez desenvolveu a K1200 S, uma moto que tem feito grande sucesso no mercado, em especial por ter conseguido conquistar inúmeros clientes fora da marca. É uma BMW mais generalista, se assim se pode chamar, que, possuindo todos os elementos chaves que marcam a diferença nas motos bávaras e que tanto agrada ao cliente-tipo, consegue ter um comportamento que alicia o “cliente das japonesas”.

A K 1200 GT mantém todos estes atributos que fizeram da versão “S” um sucesso, mas ganha elementos que a tornam mais apta a fazer longas viagens a dois.
Contudo, basta ligar o motor para termos a noção de que pouco foi feito nele para se tornar num pacato companheiro de viagens. O seu trabalhar não esconde as suas origens desportivas, rouco e profundo no som e rápido a subir de regimes. Assim que se arranca sente-se que foi feito para trabalhar em altos regimes, onde o trabalhar ganha uma outra dinâmica e o som sobe dois tons. É entusiasmante como nenhuma outra. A sua resposta em alta convida-nos a abusar da rotação, até porque em baixo é pouco suave e falta-lhe alguma vitalidade.

Esta é a moto mais alta do comparativo, nela sentimo-nos um pouco deslocados, quando comparado com a posição que se tem nas outras. Para não causar dificuldades aos mais curtos de pernas, o assento da GT é mais estreito junto ao depósito, o que lhe retira alguma sustentação e conforto. Ainda assim permite fazer muito quilómetros antes de nos cansarmos. O passageiro tem um assento mais amplo e confortável. De resto não nos podemos queixar, já que a carenagem frontal é suficientemente envolvente e larga para garantir um bom nível de protecção aerodinâmica.



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Honda STX1300A

É a turística mais clássica de todas as presentes, a que oferece o melhor nível de conforto e integração.

A Pan European é claro caso de sucesso entre as motos de grande turismo, e quando foi lançado o primeiro modelo no início dos anos 90 estabeleceu um standard. Ainda hoje é uma excelente moto apara ser adquirida em segunda mão. O modelo que aqui temos presentes tem sobre as suas “costas” o peso deste sucesso, e que cumpre com o que lhe é exigido face a tal herança.

A STX 1300 é, frente a estas duas adversárias, uma moto cujo grande propósito é oferecer o máximo de conforto a ambos os ocupantes em longas tiradas. Isso torna-se claro mal se olha para ela. A frente é francamente mais volumosa, indiciando um nível de protecção aerodinâmica superior e as malas estão perfeitamente integradas na moto, ficando esta com um ar “despido” sem elas.
Ao sentarmo-nos aos seus comandos sentimos que estamos dentro da moto e não em cima dela, temos a sensação de fazer parte dela e isso acaba por se notar assim que nos pomos em movimento. A posição de condução, baixa, dá-nos um excelente controlo do peso que este conjunto apresenta e que acaba por ser disfarçado. A condução é bastante fácil, tudo funciona naturalmente e a Pan European segue a trajectória que desejamos sem qualquer tipo de esforço. Dado ter um centro de gravidade tão baixo, virtude do tipo de motor e colocação deste, um “V4” longitudinal, é uma moto que se manobra com grande agilidade a baixa velocidade, e só quando procuramos imprimir ritmos verdadeiramente elevados notamos que a massa está de facto lá.

O conforto é rei nesta moto, tudo abona em seu favor. A frente oferece realmente uma excelente protecção aerodinâmica, mas ainda se forem utilizados os apêndices extra da linha de acessórios como os da moto usada para o trabalho, gentilmente cedida pelo João, um dos mais activos sócios do Action Team. O assento oferece um nível de apoio fantástico e a composição da espuma tem uma consistência confortável, sem cair no exagero de ser demasiado macia.
A Pan European continua a demonstrar ser a escolha mais correcta para quem quer uma turística pura, entre estas três, só encontrando eco na R 1200 RT da BMW.


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YamahaFJR1300A

É a grande turística da Yamaha, um modelo que surge este ano renovado, continuando a oferecer o espírito desportivo que sempre a marcou.

A FJR1300A segue uma linhagem que já vem dos anos ‘80, começada pela FJ1100, tendo recebido este ano várias actualizações, nomeadamente no que respeita à configuração das suas carenagens frontais. Estas têm um desenho um pouco mais moderno e o ecrã ganhou maior amplitude de afinação e maior eficácia. Na ciclística destacam-se claramente os travões, profundamente actualizados, um ponto de que a versão anterior estava bastante necessitada. Outra grande novidade desta nova FJR é a versão com embraiagem automática, que testámos na edição passada e onde falamos de forma mais profunda de todas as alterações ocorridas nesta FJR.

Na sua configuração base a mecânica da FJR continua imutável, com uma unidade motriz muito actual, baseada no motor utilizado pela desportiva R1. Esta unidade continua a demonstrar uma disponibilidade a médios e altos regimes que nos impele a utilizá-lo nesta zona. Em baixos regimes, até perto das 3000 rpm, sente-se que não tem o vigor do “V4” da Honda, mas também não mostra a rudeza de funcionamento da germânica. É uma turística que nos impele a uma utilização mais dinâmica, não só o motor mas também a ciclística. Bastam alguns quilómetros aos seus comandos para percebermos a sua maior agilidade em zonas rápidas. Sente-se tão equilibrada como a Pan European, mas nota-se que a frente é mais incisiva e o pisar das suspensões transmite maior quantidade de informação. Tem um tacto mais desportivo e os travões, muito directos e potentes, dão-nos uma dose extra de confiança para conduzir rápido.

Em viagem goza-se de um nível de conforto assinalável, quase sem mácula. Apenas não tem a protecção aerodinâmicas das duas outras participantes. O seu ecrã tem, no entanto, uma grande amplitude de afinação, o que significa que não interfere na visão do asfalto quando está totalmente em baixo. O assento é de espuma mais firme, mas o seu desenho e largura garantem o apoio correcto para se suportarem longas tiradas a dois.
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Conclusão

Três referências absolutas no seu segmento, ainda que com diferenças entre elas, de postura e desempenho.

Viajar é a condição em que qualquer umas destas três intervenientes melhor se sente. Independente de serem melhores ou piores umas que as outras nos vários parâmetros, escolhiamos qualquer uma se tivéssemos que enfrentar uma tirada mais longa em estrada. No final do dia todas garantem um estado de cansaço contido, fundamental para podermos apreciar o local que nos levou a fazer todos esses quilómetros.

No campo de conforto, estas três motos são referências, mas ainda assim há diferenças entre elas.

A Pan European é, claramente a melhor neste campo em todos os aspectos. A posição de condução não difere muito das restantes e o encaixe das pernas na moto é bastante bom. Um ponto que faz alguma diferença é a protecção aerodinâmica que oferece, melhor, quer em altura como largura. O assento tem também o melhor desenho, proporcionando um correcto apoio, além de a esponja ter a consistência correcta. A somar a este conforto, temos ainda a facilidade de condução que permite que nos libertemos de algumas preocupações de pilotagem para melhor podermos apreciar o que nos rodeia.

No que respeito ao conforto, tanto a BMW como a Yamaha, fazem algumas cedências, muito subtis diga-se, e que só se notam por termos a Pan European por perto.

No caso da Yamaha é a protecção aerodinâmica o aspecto mais limitado, não oferecendo a largura de protecção das outras. O assento, embora um pouco mais firme que o da “Pan”, tem um excelente desenho. A BMW perde pontos apenas no desenho da parte anterior do assento do condutor, já que na protecção aerodinâmica fica apenas um pouco atrás da melhor em altura.

É no caracter do motor que a BMW mais surpreende, mais entusiasmante de utilizar que as outras. É também mais rude a baixas rotações. A unidade da Yamaha é a mais equilibrada, oferecendo parte da boa disponibilidade do motor da Honda, com uma resposta em altos regimes bem viva. Peca por ter um acelerador tão brusco na fase inicial de comando.

A Pan European é muito suave, linear na resposta, sempre cheia. Não cria grandes emoções mas cumpre com igual eficácia todos os desafios. É só quando se chega a uma zona de estrada de montanha mais lenta que se notam as limitações impostas pelo peso e sua configuração totalmente turística. Ainda assim retira-se grande prazer de umas boas curvas, apenas tem de se ir mais devagar que com as outras duas.

Neste tipo de utilização, o motor mais agressivo da BMW acaba por fazer subir o nível de divertimento, e o bom funcionamento das suspensões garante um total controlo da frente e uma excelente capacidade de tracção. O motor da Yamaha é mais discreto na sua eficácia, compensando em prestações, o que perde em sensações para o germânico. O tacto da sua direcção é mais directo, tem uma frente mais incisiva e os travões são uma referência em potência.

No final de tudo há um aspecto muito importante na Yamaha que fará toda a diferença no momento da compra, o preço. Os 1500 e a menos pedidos por esta versão face à segunda mais barata são uma diferença demasiado grande. Em cima disto, volta a obter uma pontuação final mais elevada, muito ajudada pelas pequenas, mas importantes, melhorias introduzidas este ano.

2 comentários:

  1. Uma Honda ST 1300 nao esta fora dos meus planos
    para uma proxima moto ( so pra viagem longa ), a
    BMW tambem nao ....mas ainda penso na Goldwing...
    conforto conta muito depois de 100 milhas no banco da moto!!!

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  2. Eu tambem estou de olho st 1300 quem sabe.

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